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REVIEW – MULAN (2020)

O conto folclórico de Mulan escrito na dinastia Tang de uma heroína que se disfarça de guerreiro em um exército exclusivamente masculino ganhou mais uma versão da Disney, que já havia em 1998 feito uma animação de grande sucesso.

Agora em live-action de 200 milhões se tornando o filme mais caro feito por uma diretora feminina, e um dos maiores lançamentos cinematográficos da Disney para o streaming. Investimento feito para empolgar e enfrentar a grande concorrência com Netflix, Hulu e HBO Max.

Com cara e jeito de um Wuxia (Como são chamadas os filmes de artes marciais chineses), os fãs da animação podem se surpreender ao ver que o longa original da Disney é somente uma inspiração e não uma reprodução fiel. As canções e o Mushu, o dragãozinho que não agradou muito o público chinês, foram descartados e um tom mais sério foi adotado, bebendo tradicionalmente de fontes como O Tigre e o Dragão e O Clã das Adagas Voadoras, Wuxias bem sucedidos internacionalmente.

Isso mostra que 22 anos depois o público alvo da empresa está muito mais amplo e há muito mais sensibilidade com a cultura chinesa. E se nota que esse é um produto que coloca o consumidor chinês em primeiro plano. A plataforma de streaming Disney+ dá chance a blockbusters internacionais, criando um novo paradigma que iremos nos aprofundar mais para frente no review.

Colírio para os olhos

Um lamento é que esse é um filme feito para ser exibido nos cinemas. Cada imagem de Mulan é tão cheia de cores vivas e beleza que a melhor experiência esta longe de ser em telas pequenas de celulares ou tablets.

Se não fosse a pandemia do coronavírus ter causado esse transtorno, o filme teria um lançamento muito mais à altura de sua produção, o que também elevaria sua nota no rotten tomatoes que até o momento está muito aquém do esperado.

Recepção do público não foi agradável

Muitos filmes tem muito mais bilheteria no oriente que no ocidente. Um exemplo é a franquia Transformers que teve longevidade e grande lucro por ser algo novo para o público chinês que adoraram o filme, enquanto estava sendo alvo de críticas pesadas por aqui. Sem o público chinês, a franquia teria sido um fracasso total.

A aposta da Disney pode ser em públicos de outros países, como revela o sucesso na Tailândia, Singapura e Emirados Árabes. O maior desafio é agradar o público chinês em meio à tantos Wuxias genéricos.

As Mudanças da História

Uma grande diferença é que Mulan (Ming-Na Wen) não é uma mulher comum que deve ser protegida e aconselhada pelos ancentrais, como uma Elsa oriental ela já nasce com muitos poderes que desde sua infância devem ser escondidos.

O seu Chi, representada pela Fênix, transforma ela na melhor guerreira do Comandante Tung (Donnie Yen) logo de imediato, e isso dá muito mais dilemas à personagem que o romance com seu capitão Li Chang no original. Ela, assim como Elsa, está se conhecendo e espera algum direcionamento.

Será possível uma redenção?

Nisso, outra grande mudança de roteiro foi a inclusão de Xianniang (Gong Li) no lugar de Hayabusa, o que antes era apenas um falcão usado pelo vilão, se tornou uma versão maligna da heróina Mulan.

A nova personagem também sofreu em não encontrar lugar para suas habilidades na rígida sociedade chinesa e busca em sua aliança com o vingativo Bori Khan (Jason Scott Lee) uma revolução que posicionasse ela como uma liberadora de mulheres como Mulan.

O filme com isso se diferencia bastante da animação e muda bastante a dinâmica de Mulan, que agora pode ver o caminho que deve evitar e o caminho que deve seguir, transformando ela em uma heroína que pode redimir não só Xianniang, mas encontrar um lugar.

Conclusão

O filme é muito mais um reboot que um remake da Mulan de 1998, o roteiro posiciona Mulan como uma Elsa, uma personagem que revolucionou o conceito de princesas Disney, para o público chinês. Uma tentativa ambiciosa da Disney logo nos primeiros passos da sua nova plataforma que deveria ser recompensada.

Mas que devido ao momento da pandemia aquilo que funcionava muito bem no papel está tendo muita dificuldade de alcançar resultados na vida real e o filme está tropeçando em vários reviews que montaram suas expectativas na animação e não entenderam a nova mensagem.

E você já conferiu os Funkos do filme? Deixe nos comentários o que você imagina para o futuro da nossa guerreira Fa Mulan!

Charles Gomes
Charles Gomes
DC nos costumes e Marvel na Economia. Social Media da Atacado Collections.

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