Todos já passaram por aquela situação de folhar praticamente todas as séries do catálogo da Netflix em busca de alguma que seja perfeita pra você, e uma das vezes que isso aconteceu comigo foi em 2014. Sem ter a menor ideia do que se tratava, Doctor Who chamou minha atenção.
Ao dar play no primeiro episódio, notei que a estética e os efeitos especiais da produção podem ser considerados datados, afinal a primeira temporada é de 2005 e conta com mais de 15 anos. Mas após me apaixonar pelo plot da série eu acabei embarcando nessa jornada ao lado do Doutor.
Logo na primeira cena do primeiro episódio somos apresentados a Rose Tyler, uma garota comum que vive em Londres e trabalha em uma loja de roupas. E tudo ocorria normalmente, pelo menos até ela entrar em um dos estoques e os manequins começarem a ataca-la. E é aí que somos apresentados ao Doutor, com ele salvando Rose com um básico aviso: CORRA.
Ela fica intrigada com esse homem e tenta saber um pouco mais sobre ele na internet. Rose acaba descobrindo que o Doutor aparece em diversas situações ao longo da história. Desde o Assassinato de Kenedy até o lançamento dos foguetes da missão Apollo, o Doutor aparece em diversos eventos importantes para a humanidade.
Ao decorrer do episódio conhecemos um pouco mais desse misterioso personagem e finalmente somos apresentados a TARDIS, que é praticamente o símbolo da série. Parece uma simples cabine de policia dos anos 60, mas aquilo é só um disfarce.
A reação de Rose ao entrar na cabine pela primeira vez foi sem dúvidas um dos motivos que me fizeram me sentir tão atraído por Doctor Who:
Uma cabine de polícia, que é maior por dentro do que por fora, viaja no tempo/espaço e pode assumir qualquer forma que seja boa o suficiente para se camuflar em determinados ambientes. Mas o problema da nave do Doutor é que o sistema de camuflagem quebrou durante uma viagem para a Inglaterra dos anos 60, travando na forma de uma cabine de polícia de Londres desde então.
Durante esse primeiro diálogo aprofundado entre os dois, também descobrimos que o Doutor, assim como sua nave, tem origens extraterrestres. Mas, mesmo assim, ao final da aventura contra manequins assassinos, Rose decide viajar ao lado do Doutor para explorar o universo de maneira que ela nunca imaginou antes. Primeira parada: O Fim do Mundo.
Pois é, logo no segundo episódio o Doutor nos apresenta a um evento onde outras espécies estão simplesmente tendo uma festa para assistir o famigerado dia do apocalipse na Terra, milhões de anos no nosso futuro. É aí que Rose começa entender como funciona a vida do Doutor. Viajando de planeta em planeta, época em época, conhecendo “pessoas” dos mais diferentes tipos e espécies.
Mas Doctor Who não é só aquela clássica série de Ficção Científica, meus amigos. Doctor Who também é cultura! Afinal a série tem a chance de viajar ao passado e nos mostrar eventos e personagens históricos. Na primeira temporada um desses personagens é o escritor de romances britânico Charles Dickens, que acaba tendo que entrar em uma aventura sobrenatural ao lado do Doutor e da Rose. Sim, a série põe personagens conhecidos pelo grande público para interagir com o Doutor e participar de suas aventuras, mas ainda assim somos introduzidos ao background dessas personalidades históricas incríveis.
O 6º episódio da temporada, intitulado “Dalek”, apresenta aos maiores rivais do Doutor. Os Daleks são criaturas que vivem dentro de uma carcaça de metal, que tem apenas um objetivo na vida: destruir tudo aquilo o que não for Dalek.
Esse é um dos episódios que mais se aprofundam na mitologia e no passado do Doutor. Em algumas ocasiões o Doutor já havia falado que era o último de sua espécie, mas aqui descobrimos o porquê. Os Daleks são antigos rivais dos Senhores do Tempo (a raça do doutor) e eles batalharam por milhares de anos.
Durante a Guerra do Tempo, a guerra entre Daleks e Senhores do Tempo, o Doutor fez uma escolha impossível: destruir as duas raças para assim terminar com a guerra que estava se espalhando pelo universo e tirando a vida de pessoas inocentes.
“Dalek” é um episódio marcante que faz o Doutor ser obrigado a enfrentar um de seus piores pesadelos novamente.
Ao longo da primeira temporada somos apresentados a vários personagens que ficariam marcados durante toda a série, como o viajante interdimensional e caçador de recompensas Capitão Jack Harkness, que acaba virando um grande amigo e companheiro na jornada de Rose e do Doutor.
Depois de uma temporada inteira de aventuras intergalácticas e problemas cotidianos com a família de Rose Tyler, acontece o plot twist mais importante da mitologia de Doctor Who.
Durante uma das viagens com o Doutor, Rose acaba olhando dentro do “coração da TARDIS”. Isso é algo que nenhum humano deveria fazer, já que lá está praticamente um pedaço do vórtex temporal. Ao fazer isso, Rose acaba ganhando um poder inimaginável, mas seu corpo está sendo consumido por essa energia a cada segundo.
Tomando uma medida desesperada, o Doutor acaba absorvendo toda essa energia que estava contida em Rose Tyler. E isso irá custar sua vida.
Mas como ele é um alienígena do planeta Gallifrey e tem uma biologia completamente diferente da nossa, ainda tinha um truque na manga. Os Senhores do Tempo tem esse macete, uma maneira de regenerar completamente seu corpo. Mas não é algo tipo o Wolverine ou o Deadpool, onde eles simplesmente regeneram partes de seu corpo. Os Senhores do Tempo regeneram cada célula interna e externa do seu corpo, fazendo assim com que eles ganhem uma aparência, uma voz e até uma personalidade completamente novas a cada regeneração. Mas ainda assim, mantendo as memórias que sempre tiveram.
E é exatamente isso o que o Doutor faz ao final do último episódio da primeira temporada. Ele regenera seu corpo, virando uma pessoa completamente diferente.
(ative as legendas em português na tradução automática)
Isso foi praticamente o principal gatilho que me fez virar um “whovian” de carteirinha. Foi aí que eu comecei a pesquisar e descobri que, na verdade, Doctor Who é uma série que existe desde 1963, sendo cancelada nos anos 80 e voltando com essa nova temporada em 2005. Outros 8 atores já tinham vivido o Doutor antes de Christopher Eccleston, que eu acompanhei nessa temporada.
Sabendo um pouco mais sobre a história da série, eu estava preparadíssimo para começar a segunda temporada e conhecer um pouco mais do Doutor interpretado pelo ator David Tennant que, posteriormente, se tornaria o Doutor mais amado pela maioria dos fãs de Doctor Who. Além de estar extremamente curioso de como Rose Tyler, interpretada por Billie Piper, vai reagir a essa mudança inusitada.
Atualmente Doctor Who está disponível no Brasil através do serviço de streaming da Globo, o GloboPlay, e tem todas as temporadas da chamada “nova era” do seriado. Começando pela 1ª temporada de 2005, até 12ª temporada que foi finalizada em 2020.